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Notícias | Região Distanciamento social

O que a região precisa para afastar o risco da bandeira vermelha

Grupo de municípios que tem Novo Hamburgo como referência escapou por pouco da bandeira vermelha

Publicado em: 15.06.2020 às 03:00 Última atualização: 15.06.2020 às 10:16

Maioria das pessoas que caminhavam pelo Centro de Novo Hamburgo neste sábado utilizavam máscara Foto: Débora Ertel/GES-Especial
Foi por pouco que a região 7, encabeçada por Novo Hamburgo, não passou da bandeira laranja para a vermelha no Plano de Distanciamento Controlado do governo gaúcho na semana que se inicia. Dos 11 indicadores levados em conta pelo Estado, em quatro a classificação é considerada grave ou muito grave, exigindo atenção não apenas dos gestores, mas de toda a comunidade. "Deu na trave", resumiu para o Jornal NH um técnico que trabalha nos estudos de classificação de risco das regiões. Ainda no sábado a prefeita Fatima Daudt anunciou reforço na conscientização dos moradores e na estrutura de saúde. "Não vamos baixar a guarda."

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O receio de que Novo Hamburgo, São Leopoldo e mais 13 municípios da região passassem para a bandeira vermelha era tanto que, desde o meio da semana, autoridades e lideranças empresariais estavam mobilizadas para evitar que isso acontecesse. As preocupações incluíam a estrutura de atendimento na área da saúde e a crise econômica, que seriam agravadas com as restrições mais severas impostas pela bandeira vermelha. Somente entre março e abril a região contabilizou o fechamento de 13,3 mil postos formais de trabalho, segundo o governo federal.

Na quinta-feira o próprio governador Eduardo Leite citou Novo Hamburgo como uma das regiões que vinham exigindo atenção do Piratini pelo avanço negativo nos indicadores. Na sexta-feira, ao anunciar regras mais duras de distanciamento social para conter a crescente demanda por leitos de UTI, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, pediu que toda a região metropolitana elevasse o alerta e também usou Novo Hamburgo como exemplo.

Na prática, pacientes de Novo Hamburgo já precisam ser encaminhados para outros hospitais devido à falta de vagas. O mesmo acontece com doentes da região que, em uma situação normal, seriam atendidos na cidade. Desde o início do mês, em somente um dia a taxa de ocupação dos leitos de UTI nos dez hospitais da região ficou abaixo da faixa dos 90%. Neste fim de semana era a única região do Estado com mais de 90% dos leitos de UTI ocupados, sendo 35% por pacientes confirmados ou com suspeita de Covid-19.

Modelo de distanciamento controlado - Semana 15 a 21 de junho Foto: Governo do Estado RS / Divulgação

Prós e contras

De acordo com o Estado, entre os dias 5 e 12 deste mês a região viu subir de sete para 14 os casos de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em UTI. No mesmo período o número de internados em leitos clínicos por coronavírus saltou de dois para 19 e de internados em UTI pelo mesmo motivo passou de seis para dez. O que pesou a favor da região e aliviou a classificação divulgada no sábado foi o aumento - de sete para nove - de leitos livres em UTIs, ainda reflexo da habilitação de vagas extras em Sapiranga e São Leopoldo. A estrutura no limite pesou contra as regiões de Caxias, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana, que passaram para bandeira vermelha.


Como está a região 7

1) Hospitalizações confirmadas por Covid-19 nos últimos sete dias (5 a 12/06) comparadas com os sete dias anteriores.

2) Internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave em UTI nos últimos sete dias (5 a 12 de junho) comparadas com os sete dias anteriores.

3) Pacientes com Covid-19 em leitos clínicos no último dia (sexta) comparados com mesmo dia da semana anterior.

4) Pacientes com Covid-19 em leitos de UTI no último dia (sexta) comparados com o mesmo dia da semana anterior.

5) Pacientes ativos na semana e recuperados nos 50 dias anteriores.

6) Taxa de hospitalizações por Covid-19 nos últimos sete dias por 100 mil habitantes.

7) Projeção de óbitos para a próxima semana, na proporção de uma para 100 mil habitantes.

8) Proporção de leitos de UTI livres e leitos de UTI ocupados por pacientes com Covid-19 na macrorregião.

9) Proporção de leitos de UTI livres e leitos de UTI ocupados por pacientes com Covid-19 em todo o Estado.

10) Leitos de UTI livres no último dia (sexta) e nos últimos sete dias para atender casos de Covid-19 na macrorregião.

11) Leitos de UTI livres no último dia (sexta) e nos últimos sete dias para atender casos de Covid-19 em todo o Estado.

MÉDIA FINAL: Classificação atribuída à região para a semana, valendo sempre de segunda-feira a domingo.

Dez leitos de UTI em Novo Hamburgo

A Prefeitura de Novo Hamburgo confirmou no fim de semana que, nos próximos dias, o Hospital Municipal ganha dez novos leitos de UTI, aumentando em 50% a capacidade de atendimento no local. Cinco serão viabilizados pelo Estado, em promessa de março. "E também estamos conseguindo estruturar outros cinco leitos novos na UTI. Com isso teremos mais dez leitos na unidade a partir dos próximos dias", enfatizou a prefeita Fatima Daudt. Ela destaca ainda que além do aumento da estrutura, a Prefeitura vai reforçar a fiscalização, para evitar aglomerações, e a conscientização da população. Os carros de som devem voltar às ruas. "Nos preocupa muito o aumento no número de pessoas procurando atendimento hospitalar", observa Fatima.

Para entender

O Plano de Distanciamento Controlado está em sua sexta semana. Dividiu o RS em 30 microrregiões, agrupadas em 20 regiões, cada uma com um município de referência. São avaliadas diariamente e, na sexta-feira, é feito um balanço com base em 11 indicadores. A partir daí é definida, no sábado, a bandeira que cada grupo de cidades terá na semana seguinte.

As bandeiras preta e vermelha indicam risco elevado de transmissão da Covid-19 e, por isso, impõem mais restrições à atividade econômica. A bandeira laranja indica risco médio e, a amarela, risco baixo. É por isso que regiões trabalham para se aproximar da bandeira amarela, que indica situação mais controlada e dá flexibilidade para indústria, comércio e serviços.

Desde o início do plano a região de Taquara está na amarela. Fazem parte da região 7, de Novo Hamburgo, os municípios de Araricá; Campo Bom; Dois Irmãos; Estância Velha; Ivoti; Lindolfo Collor; Morro Reuter; Nova Hartz; Novo Hamburgo; Portão; Presidente Lucena; Santa Maria do Herval; São José do Hortêncio; São Leopoldo e Sapiranga.

 

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