Falta de medicamentos já afeta hospitais de várias cidades da região
Parobé e Igrejinha substituem kit intubação e, em outras cidades, estoque está no fim
Por Bianca Dilly
Publicado em: 22.03.2021 às 05:00Última atualização: 22.03.2021 às 08:38
Enquanto o comércio e atividades não essenciais se preparam para a reaberturano Estado, hospitais da região veem se agravar a crise por falta de medicamentos. Casas de saúde consultadas pela reportagem na manhã deste domingo (21) apontaram que os estoques estão chegando ao fim ou até já acabaram. A preocupação é ainda maior porque não há perspectiva de novas entregas por parte dos fornecedores.
Nos hospitais São Francisco de Assis, de Parobé, e Bom Pastor, de Igrejinha, por exemplo, medicamentos do kit intubação estão em falta. Para a manutenção do atendimento, os fármacos estão sendo substituídos. Já no Hospital Sapiranga, a previsão é de disponibilidade de sedativos somente por mais quatro dias. Há solicitações de compras em andamento, porém, sem confirmação de entrega. Em Ivoti, o Hospital São José revela que só conta com esse tipo de insumo por mais uma semana.
Em reunião na última sexta-feira, Secretaria Estadual da Saúde e Ministério da Saúde acertaram a realização de uma nova licitação para aquisição de medicações, reforçando a necessidade de importações. Porém, a diretora executiva do hospital sapiranguense e secretária geral da Federação de Santas Casas e Hospitais Beneficentes do RS, Elita Cofferri Herrmann, explica que talvez isso não seja suficiente.
Sabemos que o Estado está com um pregão em andamento, mas não há expectativa de recebimento, pois os laboratórios nos informam que estão produzindo toda sua capacidade e não estão conseguindo suprir a demanda”, detalha. “A federação já vem alertando há duas semanas tanto o Estado, quanto o ministério, sobre a possível falta desses medicamentos”, reforça ela.
Ocupação hospitalar
Além da situação com os insumos, a ocupação hospitalar continua alta. Até o início da noite de ontem, os hospitais da região de Novo Hamburgo no distanciamento controlado apresentavam 117,6% de lotação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dos 204 pacientes internados, apenas 15 não possuíam confirmação ou suspeita de Covid-19. A taxa dos leitos clínicos estava em 111%.
Já na região de Taquara, todas as internações em UTI dizem respeito a pacientes com confirmação ou suspeita da doença. A taxa estava em 94,6% no início da noite. Dos 74 leitos, 71 estavam ocupados.
Como está a situação na região
Hospital Municipal de Novo Hamburgo Conforme a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, o hospital não passa por desabastecimento de insumos.
Unimed A Unimed Vale do Sinos comunicou na manhã de ontem que não havia problema quanto a medicamentos.
Hospital Regina Na última quinta-feira, houve problemas com o cancelamento de entregas de medicamentos.
Campo Bom O Hospital Lauro Reus afirma que não há falta de insumos ou pessoal.
Dois Irmãos Não há falta de sedativos no Hospital São José, de acordo com diretor administrativo, Arno Berger.
Estância Velha A diretora do Hospital Municipal Getúlio Vargas, Juliana Feltes, diz que neste momento não há problemas de medicação e insumos.
Igrejinha e Parobé As casas de saúde relataram que na última semana não foi possível fazer compras. “Os preços continuam nas alturas”, pontuam.
Ivoti Com sedativos suficientes para uma semana, o quadro é preocupante também no Hospital São José. “Por enquanto, não temos previsão de chegada, mas monitoramos estoques diariamente”, frisa a irmã Valquíria Silveira.
Rolante O diretor executivo da Fundação Hospitalar de Rolante, Flaubiano Silveira Lima, ressalta que há disponibilidade dos três principais medicamentos do kit entubação até o final do mês, mas não há previsão de fornecimento.
Sapiranga O Hospital Sapiranga trabalha com estoque para quatro dias de alguns medicamentos.
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