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Mãe denuncia suspeita de agressão de monitora contra criança com autismo em escola de Parobé

Caso é investigado pela Polícia Civil e município abriu uma sindicância contra a profissional

Publicado em: 07.06.2023 às 09:56 Última atualização: 07.06.2023 às 10:09

Uma mãe procurou a Delegacia de Polícia Civil de Parobé para denunciar uma suspeita de  agressão sofrida por seu filho, um menino de 5 anos que possui autismo. O caso teria acontecido na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Teresinha Ivone Homem, onde ele estudava, e as agressões teriam partido de uma monitora.

Caso de agressão de monitora contra criança com autismo aconteceu na Emef Teresinha Ivone Homem, no bairro Vila Jardim, em Parobé
Caso de agressão de monitora contra criança com autismo aconteceu na Emef Teresinha Ivone Homem, no bairro Vila Jardim, em Parobé Foto: Reprodução/Google Maps

De acordo com Jussara Duarte Lorenzetti, de 33 anos, moradora do bairro Vila Jardim, o episódio aconteceu no último dia 22 de maio. Ela relata que, ao chegar na escola para buscar o filho encontrou ele chorando. A monitora, então, disse que o menino estava com saudade da mãe e que teria trocado a calça dele porque ele havia a molhado no banheiro. 

Em casa, Jussara percebeu que a criança havia feito cocô nas calças. Após limpá-lo, viu que a calça que estava na mochila, ao invés de molhada, como a profissional tinha dito, também estava suja de fezes.

Ainda chorando, o menino começou a reclamar de dor e mesmo depois de ser medicado seguiu com a queixa. Estranhando o comportamento atípico do filho, ela perguntou se havia acontecido alguma coisa e ele contou que a monitora teria batido duas vezes em sua cabeça por ele ter sujado a roupa. "E mandou ele fazer cocô só em casa", conta Jussara, sobre o relato do menino.

No dia seguinte, além de registrar um boletim de ocorrência na delegacia, a mãe procurou a Secretaria de Educação, onde pediu o afastamento da profissional para que o filho voltasse a frequentar as aulas. Sob orientação da pasta, levou o menino novamente para a escola dois dias após o relato da agressão.

No local, ao conversar com a diretora sobre o caso, ela disse à Jussara que havia presenciado a troca de roupa e que a monitora não havia cometido nenhuma atitude violenta.


A monitora, segundo explicou a diretora para a mãe, teria a chamado para ajudar na troca, pois o menino não estava deixando. "Então a diretora disse que foi junto até o banheiro, fez a troca junto com a monitora e que ficou tudo bem. Eu falei a ela que não, que em algum momento isso aconteceu sim porque meu filho estava transtornado e ele não mente, nem sabe mentir ou inventar história tanto por ser autista."

Não satisfeita com o posicionamento da diretora, Jussara entrou novamente em contato com a Secretaria de Educação e pediu que o filho fosse transferido. Com isso, nesta segunda-feira (5), ele passou a frequentar outra escola do município, onde é acompanhado por outra monitora.

Acompanhamento por monitora

Por conta do diagnóstico, o filho de Jussara, que está no Pré-2, precisa de acompanhamento na sala de aula. Desde o ano passado, quando começou a frequentar a instituição, ele já havia sido assistido por outras profissionais. A mulher que cuidava do menino na data, no entanto, estava na escola há cerca de um mês, conforme informou a mãe.

"Ano passado ele teve umas quatro monitoras, que trocava por causa de contratos. E nunca teve nenhum problema, ele nunca relatou nada nem parecido", afirma Jussara. "Este ano, essa foi a primeira monitora que ele teve. Demorou demais para vir uma. Desde o início do ano não tinha."

A monitora envolvida no caso foi transferida para atuar em outra escola.

Posicionamento da administração municipal

Em nota, a prefeitura e a Secretaria de Educação de Parobé disseram que os monitores que atuam em instituições de ensino da cidade são todos maiores de idade e estudantes de pedagogia ou educação, além de sempre estarem acompanhados da professora titular e de um profissional do atendimento educacional especializado (AEE).

"Os aprendizes de apoio às turmas com alunos com deficiência e autismo possuem datas de formação específica com enfoque no escopo de atuação. A secretaria municipal de educação conta com apoio técnico de uma equipe de três profissionais que realizam estudos de casos, observações técnicas e reuniões de devolutivas de acordo com as demandas trazidas pelas escolas com o objetivo de promover a qualidade de vida das crianças na escola e realizar os ajustes necessários com esta finalidade."

Sobre o caso em específico, a pasta afirma que assim que soube da situação pela mãe, uma sindicância foi iniciada pela administração municipal. "Primando sempre pelas crianças e adolescentes da rede de ensino, bem como, seguindo os protocolos da educação, imediatamente, a profissional referência da secretaria de educação foi até a escola para saber mais do ocorrido pela perspectiva das profissionais da educação, abrindo uma averiguação interna, e realizando orientações sobre os manejos necessários."

Até a tarde desta segunda-feira, a prefeitura seguia com a investigação.

Investigação

O delegado Francisco Leitão, que investiga o caso, informou que um inquérito policial foi instaurado para apurar o caso. Conforme ele, no momento, estão sendo colhidos depoimentos. 

"Estamos ouvindo os professores que estavam na sala e aguardando perícia psicológica", expõe.

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