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Notícias | Região ARMA FURTADA

Presidente da Câmara de Novo Hamburgo começa a cumprir pena no semiaberto

No presídio desde quinta-feira, Fernandinho tenta autorização para trabalhar durante o dia no gabinete legislativo

Publicado em: 16.06.2023 às 21:30 Última atualização: 18.06.2023 às 21:32

A Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo pode ter um presidente que trabalha durante o dia e pernoita no presídio. Emerson Fernando Lourenço, o Fernandinho, do PDT, se apresentou no fim da tarde desta quinta-feira (15) e começou a cumprir pena no regime semiaberto por posse ilegal de arma e receptação. Ele tenta autorização para o serviço externo. Também buscará a prisão domiciliar. Os advogados preferem não se manifestar no momento.


Emerson Fernando Lourenço
Emerson Fernando Lourenço Foto: Daniele Souza/CMNH

A condenação é referente à prisão com um revólver furtado, em casa, no bairro Jardim Mauá, na manhã de 6 de outubro de 2017, quando estava no primeiro mandato. Em 2019, a 3ª Vara Criminal de Novo Hamburgo impôs quatro anos no semiaberto, que foram reduzidos para a atual pena, pelo Tribunal de Justiça, em 2021.

Agora no segundo mandato e no ano em que preside a Câmara, os recursos se esgotaram. Recolhido no Instituto Penal de Novo Hamburgo (IPNH), a tendência é que venha a coordenar o legislativo com uso de tornozeleira eletrônica.

Vereador alegou que arma era para defesa

Quando interrogado na fase processual, o vereador admitiu que tinha o revólver marca Taurus calibre 38. Contou que passou a receber ligações em que era ameaçado de morte e, como elas estavam ficando muito seguidas, registrou uma ocorrência. Disse que era dono de uma empresa e pegou a arma com um cliente de Montenegro, que estava lhe devendo. O homem, segundo Fernandinho, disse que a arma tinha documentação e teria chegado a passar os dados para a transferência, mas admitiu que não fez. Relatou que levou a arma para casa, porque ficou com receio de que as ameaças seriam verídicas. Afirmou que o revólver estava municiado. Não averiguou a procedência da arma. Referiu ainda que já teve porte de arma.

Político recorre de outra condenação, no regime fechado, por lavagem de dinheiro

No último dia 3 de abril, Fernandinho foi condenado a 16 anos no regime fechado pelos delitos de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outros cinco réus, entre parentes e amigos apontados como subordinados do político de 50 anos, receberam penas menores. Todos podem recorrer em liberdade.
Na sentença, o juiz Roberto Coutinho Borba, da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, de Porto Alegre, apontou o vereador hamburguense como liderança do tráfico de drogas e jogos de azar.

“Vamos recorrer até provar nossa inocência"

À reportagem, três dias após a nova sentença, Fernandinho se disse inocente e vítima de perseguição política. “É uma coisa absurda. Uma empresa em que trabalhei 16 anos, cheguei a ter 12 caminhões em atividade, e dizem que é lavagem de dinheiro. Mas vida que segue. Vamos recorrer dentro do prazo e certamente vamos provar inocência, se necessário até no STF. É uma evidente perseguição política. Desde o início eu sabia que ia acontecer. É ridículo isso. Vão colocando elementos e fazem o que querem.”

Ele também nega a acusação de liderar o tráfico. “Plantaram que ele era meu financiador. Que esse dinheiro da transportadora, que eu ganhava 80 mil por quinzena, era lavagem de dinheiro. Comecei com um caminhãozinho, depois a puxar contêineres e comprei uma carreta. Fui crescendo. Todo mundo me conhece em Canudos. Todo mundo sabe que sou vinculado ao Veterano (clube de futebol). Agora se nasceu em Canudos, em São Leopoldo, sei lá onde nasceu. Eu conheço algumas pessoas, mas eu não tenho envolvimento com ninguém, e colocaram esse adesivo em mim de que sou um dos líderes dos Manos. Eu ia ter uma casa que pago quase R$ 5 mil de financiamento por mês? Que façam varredura nas minhas contas. Minha vida é sofrida. Meu objetivo é ajudar o povo, e isso está tirando o sono das pessoas que não querem ver a cidade crescer.”

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