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Notícias | Novo Hamburgo Pandemia

Respiradores enviados pelo Estado para Novo Hamburgo têm limitação para uso

Informação é do secretário municipal de Saúde, Naasom Luciano. Segundo ele, equipamentos não têm potência para pacientes com quadro grave de Covid-19

Por João Victor Torres
Publicado em: 23.06.2020 às 09:03 Última atualização: 24.06.2020 às 19:48

Equipamentos foram retirados nesta sexta-feira (19) Foto: Fundação de Saúde de Novo Hamburgo

No dia 10 de março o Rio Grande do Sul confirmou seu primeiro caso de Covid-19. Era um paciente de Campo Bom. Naquele mesmo dia o governo do Estado fez uma coletiva de imprensa no Palácio Piratini para anunciar providências. Uma delas era a instalação de cinco leitos extras de UTI em Novo Hamburgo, entre outras cidades do Estado. Cem dias depois, a cidade recebeu os equipamentos na última sexta-feira (19). Mas a frustração foi grande.

Ao invés dos cinco leitos de UTI prometidos pelo Estado, Novo Hamburgo recebeu apenas cinco respiradores. Sozinho este equipamento equivale a aproximadamente 30% de um leito de UTI. Faltam monitor, bomba infusora, cama com elevação, carro de parada com eletrocardiógrafo, desfibrilador
e outros. Como se não bastasse, os respiradores enviados pelo Estado (mas comprados pelo Ministério da Saúde) têm limitação para uso em pacientes com o novo coronavírus. A fornecedora, em resposta encaminhada nesta quarta-feira (24), contesta as afirmações do Município e os classifica como "infundados".

De acordo com Naasom Luciano, o ideal é que sejam utilizados respiradores com capacidade para expandir em até 100% a capacidade de oxigenação do paciente, o que não é o caso dos aparelhos recebidos. “Os respiradores têm uma utilidade, mas (para) o paciente mais grave da Covid terá dificuldade”, detalha o secretário. “Um paciente mais jovem, com 25% da capacidade pulmonar (atingida), o aparelho vai atender. Agora, um idoso com 50% ou 60% de comprometimento, ele não atenderá tão bem”, adverte.

Mesmo assim, conforme o secretário, a Prefeitura "está se virando" para obter os equipamentos que faltam e, junto com os respiradores, abrir mais cinco leitos de UTI na cidade. "Estamos tentando comprar os monitores, mas não está fácil. Para dar jeito estamos conversando com hospitais para viabilizar algum empréstimo ou algo assim", destacou nesta segunda-feira (22) o secretário, dizendo que a ideia é colocar os cinco leitos de UTI em funcionando "o quanto antes".

Outros dez leitos de UTI deverão ser instalados no Hospital Municipal de Novo Hamburgo na primeira quinzena de julho. No último dia 8, a Prefeitura firmou contrato com a empresa RTS Rio S/A, a mesma que presta serviços para o Ministério da Saúde e que instalou leitos extras em Porto Alegre. A locação dos materiais custou R$ 1,43 milhão aos cofres municipais e foi paga com parte dos R$ 10 milhões de crédito
extraordinário oriundo de transferências estaduais e federais, emendas parlamentares e até mesmo a doação de parte do salário dos vereadores.

Atualmente Novo Hamburgo tem 44 leitos de UTI, sendo 20 no Hospital Municipal, 17 no Hospital Regina e sete no Hospital Unimed. Há semanas o Hospital Municipal registra 100% de ocupação dos leitos de UTI, segundo monitoramento do governo do Estado. Daí a importância de a cidade contar, o quanto antes, com mais leitos de UTI pelo SUS. O incremento na rede de saúde garantiria suporte para outros municípios da região e evitaria que pacientes de Novo Hamburgo e arredores sejam transferidos para cidades como Canoas e Porto Alegre.

A reportagem ainda busca um posicionamento do governo estadual sobre a situação.

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