APÓS ENCHENTE: Móveis acumulam e viram "muro" em frente a casas em Novo Hamburgo
Centenas de móveis estão espalhados pelas calçadas da Rua Bruno Werner Storck, no bairro Canudos
O sábado (24) foi de limpeza e organização para os moradores do bairro Canudos, em Novo Hamburgo, que foram atingidos pela enchente da última semana, após a passagem do ciclone extratropical. O cenário das ruas parece de guerra. Centenas de móveis estão espalhados pelas calçadas. A população aproveitou o sol e o dia mais quente para secar e limpar as casas.
De acordo com a filha, Graziela Duprat, 33, a família não havia recebido nenhuma ajuda até este sábado, quando as equipes da Prefeitura passaram distribuindo kits de limpeza. “Ninguém veio aqui nos dar nada. Hoje que entregaram esses kits”, reclama
Já na casa de Lourenço Rodrigues da Rosa, 64, que mora sozinho, o telhado serviu para secar os cobertores molhados. “Aproveitei o sol. Estava desde domingo na minha irmã”, conta.
Quem também aproveitou o dia para limpar foi a moradora Neusa dos Santos, 61 anos, que perdeu a maioria dos móveis. “Fogão molhou, meu guarda roupas molhou, não tenho nem máquina para lavar as roupas sujas”, diz, enquanto esfrega os tapetes no pátio de casa. Moradora do bairro há 30 anos, Neusa lembra que já passou por 4 enchentes morando ali. “Para tirar todo o barro de casa foi difícil. Parece que ele gruda e não sai de jeito nenhum”, afirma.
O prejuízo foi grande para Clair Dorneles, 73 anos, e para o filho que mora com ela, Paulo Cavalheiro, 53. Conforme relata a moradora, a máquina de costura que era o seu ‘ganha-pão’ estragou. “Chamamos o mecânico para ver se conserta. Mas não sei se vai ter jeito. Perdemos geladeira, roupeiro, muita coisa. O sofá ainda está molhado. Já passamos por várias enchentes, mas essa foi a pior”, expõe.
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De acordo com a Prefeitura de Novo Hamburgo, há um mutirão de atendimento às vítimas acontecendo neste fim de semana. Serão entregues cerca de 15,4 toneladas de alimentos e 5 toneladas de material de limpeza em vilas dos bairros Santo Afonso e Canudos, os mais atingidos pelas chuvas.
Além disso, desde sexta-feira (23), Novo Hamburgo não tem mais pessoas alojadas em abrigos. A cidade chegou a contar com cinco abrigos, com pico de 370 pessoas abrigadas.