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Notícias | Região Crise

Mais de 7,4 mil pessoas solicitaram seguro-desemprego nos Sines da região em maio

Número é quatro vezes maior se comparado a abril. No Rio Grande do Sul, número foi recorde na série histórica que começou em 2011

Por Ermilo Drews
Publicado em: 17.06.2020 às 07:00 Última atualização: 17.06.2020 às 07:36

Em maio, quando Sine reabriu em Novo Hamburgo, longas filas se formaram para encaminhamento do seguro-desemprego Foto: fotos Ermilo Drews/GES-Especial/arquivo-maio
O número de desempregados segue aumentando na região. Nas 24 agências do Sine instaladas aqui foram 7.425 solicitações de seguro-desemprego em maio. Isto supera em 400% o registrado em abril. No entanto, naquele mês algumas agências não abriram por conta das medidas de isolamento social determinadas pelas autoridades, o que represou muitos pedidos. Na soma dos dois meses, o montante de encaminhamentos do seguro chega a 9.258.

No começo de junho, o Ministério do Trabalho e Emprego já havia divulgado dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que apontaram um saldo negativo de 24.491 vagas nas 44 cidades da região de abrangência do Jornal NH, somando os meses de março, quando começou a pandemia, e abril. Isto significa que, no cálculo entre contratações e demissões, estes municípios perderam mais de 24 mil vagas nos primeiros meses da epidemia global.

Os números do Sine e do Caged diferem porque o primeiro só contabiliza as solicitações intermediadas por ele, já as informações do segundo são fornecidas pelos próprios empregadores. Ainda assim, demonstram um crescimento da curva de desemprego entre março e maio. 

Não há consenso entre economistas sobre como enfrentar a crise

Assessor econômico da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Eduardo Starosta considera que as medidas de isolamento social adotadas pelo governo do Estado estão diretamente ligadas ao aumento do desemprego. "A FCDL defende que a economia siga funcionando, com todos os cuidados para minimizar a contaminação, com medidas de distanciamento social e de assepsia, como uso de máscaras e álcool em gel, e que o Estado proporcione condições adequadas ao tratamento da Covid-19, especialmente os casos graves", resume. Para ele, a instalação de 270 novas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) desde o começo da pandemia no Estado representa um número irrisório. "Precisaria de muito mais."

Sobre medidas adotadas por governos como auxílio emergencial a trabalhadores informais e concessão de linhas de crédito, o economista considera salutares, mas pondera que o poder público não tem fôlego para sustentá-las por muito tempo. "O caixa do governo federal, por exemplo, está completamente desestruturado. É preciso que a economia volte a funcionar. Se o governo do Estado reconsiderar certas decisões, temos um cenário de taxa Selic com patamares mais baixos da história e câmbio favorável às exportações. Temos uma grande oportunidade à frente. Mas se seguirmos com medidas severas de isolamento social, o caos vai ser maior."

No entanto, não há consenso entre economistas sobre fórmulas para enfrentar a crise. Professora da Universidade Feevale, a economista Lisiane Fonseca da Silva defendeu, no começo do mês em reportagem sobre o fechamento de mais de 24 mil vagas de emprego na região, que o Estado, em seus diferentes níveis, precisam investir para fomentar o desenvolvimento econômico. "A curto e médio prazo, é preciso investimento, que nesse momento só pode vir do poder público porque as empresas não vão fazer isso", opinou na ocasião.

Situação no Estado

No Rio Grande do Sul, de acordo com a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), responsável pelas agências do Sine no Estado, foram 66.820 solicitações de seguro-desemprego em maio deste ano. O montante representa um recorde na série histórica iniciada em 2011. Os recordes anteriores foram registrados em abril deste ano (53.056) e em julho de 2014 (51.441). O número total de requerimentos representa aumento de 70,3% em comparação a maio de 2019 e de 25,9% em relação a abril de 2020.

Do total de trabalhadores que solicitaram o seguro em maio, 56,2% eram homens e 43,8%, mulheres. A maioria dos desempregados possuia entre 30 e 49 anos e ensino médio completo.

Já 33% trabalhavam no setor de serviços; 31,2%, na indústria; 25,9%, no comércio; 6,6%, na construção e 3,3%, na agropecuária. A faixa salarial de 69,2% variava de 1,5 a 3 salários mínimos.

Pedidos de seguro-desemprego nas agências do Sine em abril e maio

Campo Bom: 637
Canela: 181
Capela de Santana: 56
Estância Velha: 914
Feliz: 226
Gramado: 99
Igrejinha: 930
Imbé: 71
Montenegro: 122
Nova Hartz: 267
Nova Petrópolis: 58
Novo Hamburgo: 442
Osório: 249
Parobé: 208
Portão: 382
Rolante: 594
S. A. da Patrulha: 550
S. F. de Paula: 257
São Leopoldo: 594
S. Sebastião do Caí: 199
Sapiranga: 1.068
Taquara: 194
Tramandaí: 279
Três Coroas: 681

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