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Notícias | Região Educação

Volta das aulas presenciais depende do aval da Justiça

Polêmica segue em meio a decisões judiciais, decretos e nova legislação

Por Bruna Mattana
Publicado em: 30.03.2021 às 03:00 Última atualização: 30.03.2021 às 12:09

Luna e Vicenzo são estudantes da escola Cecília Meireles Foto: Arquivo pessoal
A retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul ainda gera impasses. Com a decisão judicial que suspendeu o retorno à presencialidade, escolas da rede pública e privada estão adotando as aulas remotas enquanto houver bandeira preta. Na última semana, a pressão aumentou com uma lei aprovada na Assembleia Legislativa tornando o ensino serviço essencial, o que motivou um novo recurso estadual na Justiça.

No centro da polêmica está a intenção do governo de permitir aula presencial na educação infantil e 1º e 2º anos do ensino fundamental. Enquanto a sentença não sai, entidades de classe, pais e professores se posicionam.

A secretária Anelise Albrecht, 35 anos, é a favor da retomada presencial. Seus filhos, Helena e Benício, de 4 e 9 anos estudam na Escola Municipal Cecília Meireles, de Novo Hamburgo. "Na minha opinião, não deveria nem ter parado. A escola é essencial, em todos os sentidos. A criança precisa desse convívio, desse ambiente, dessa rotina."

Segundo Anelise, como ela e o esposo trabalham fora o dia todo, as crianças têm ficado com a avó. "As atividades são feitas à noite, quando já estamos cansados. Eles não aprendem e nós não temos a paciência de ensinar neste horário. Têm sido dias bem estressantes."

A esteticista Angélica Bastos, 31, ao contrário, acredita que o retorno presencial é um risco para as crianças. Seus dois filhos, Vicenzo, de 7, e Luna, de 4, também estudam na Cecília Meireles.

"Acho que isso nem deveria estar sendo discutido. Perdi meu pai no último dia 8, devido à Covid, e só quem já sentiu na pele a gravidade desse vírus sabe que ele atinge a todos. No hospital, vi muitas crianças internadas com o vírus", diz Angélica.

 

Sindicato fala em prejuízos pedagógicos

O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) diz, através de nota, que tem expectativa de que o Governo consiga derrubar a liminar. "Nossa preocupação, além dos prejuízos pedagógicos e emocionais que trazem a privação do ambiente escolar, é com as famílias que não têm onde deixar seus filhos para voltar ao trabalho. Com a reabertura dos demais setores, muitos pais não têm um ambiente seguro para deixar as crianças."

Ainda conforme o Sinepe, a assessoria jurídica da entidade segue analisando algumas possibilidades para reverter a decisão judicial, visto que o ensino se tornou atividade essencial no Estado.

Entidades acompanham decisões com expectativa

A vice-presidente do Cpers Sindicato, Solange Carvalho, diz que a entidade segue confiando na justiça e acreditando na ciência. "Este momento não é propício para volta das aulas presenciais. O pico de contágio está alto e as internações seguem em número elevado. Essencial é a preservação da vida."

O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, diz que a entidade segue a atual decisão judicial e que o assunto não voltou a ser debatido.


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