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Notícias | Rio Grande do Sul RECOMEÇO

Prefeitos se articulam por verbas federais para reconstrução

Região pede pela presença da Defesa Civil Nacional para orientação no encaminhamento de projetos

Publicado em: 19.06.2023 às 22:23

O começo da semana foi marcado por reuniões entre autoridades das regiões afetadas com integrantes da Defesa Civil Nacional e Estadual. De maneira geral, os encontros realizados nesta segunda-feira (19) focaram em especificações técnicas para os gestores municipais que pretendem decretar estado de emergência ou calamidade pública em razão dos tragos causados pela passagem do ciclone extratropical.

Reunião Amvag com Defesa Civil Nacional
Reunião Amvag com Defesa Civil Nacional Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

O primeiro encontro ocorreu na manhã desta segunda, em Osório, no Litoral Norte, e contou com a participação do vice-governador, Gabriel Souza. Juntamente com ele estavam os prefeitos de nove municípios da região, uma das mais afetadas pela chuva intensa que atigiu o Estado no fim da semana passada.


Souza destacou a importância do encontro para que os gestores possam realizar de forma correta o preenchimento dos documentos para seus decretos. "Essa reunião foi importante para que a gente possa organizar os passos seguintes para reconstrução dos municípios. E também, dar uma orientação de como proceder para acessar os recursos", afirmou.

Na região

Por aqui houve encontros com prefeitos do Vale do Paranhana e também dos representantes da Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag).

Em comum nas duas reuniões o pedido de apoio presencial de um representante da Defesa Civil Nacional nas regiões atingidas. A presença do técnico do órgão serviria para auxiliar no preenchimento dos documentos necessários para a liberação de recursos, dificuldade apresentada pelos prefeitos.

A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Joel Wilhelm (PP), que intermediou os encontros.  Representantes de Brasília sinalizaram positivamente para a proposta, mas a ideia deve ser amadurecida nos próximos dias.

Assembleia

Também nesta segunda-feira a Assembleia Legislativa anunciou a antecipação da devolução de R$ 2 milhões do duodécimo para a aquisição de cestas básicas, cobertores, materiais de construção e demais itens necessários para a população atingida pelo ciclone.

Projetos individuais

Uma das principais mudanças em relação a outros desastres é quanto à elaboração dos planos de trabalho. A orientação da Defesa Civil Nacional é que os municípios elaborem planos individuais para cada ação de reestruturação municipal.

Essa orientação ocorre porque o sistema teve uma mudança em relação a outras emergências. Para liberar mais rápido os recursos, o Governo Federal adotou a política de avaliar os planos de trabalho individualmente. Com isso, os valores serão depositados para cada obra, sendo que no caso de intervenções com custo de até R$ 1 milhão serão pagas em cota única.

Obras de até R$ 1,7 milhão terão um pagamento inicial de 30%, e as prefeituras podem solicitar o restante do valor de acordo com o andamento das obras. Esses recursos vão para os cofres dos municípios, que pagam as empresas contratadas para as ações.

Prazos

Entre as grandes preocupações dos prefeitos estava o prazo de depósito dos recursos. “Vamos dar maior agilidade possível para as análises”, afirmou o diretor do Departamento de Obras da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Paulo Roberto Farias Falcão, durante o encontro com a Amvag.

De acordo com ele, o prazo para análise dos decretos deve ser em torno de 10 dias, com depósitos nas contas dos municípios sendo feitos em até cinco dias após a aprovação.

Presidente da entidade, o prefeito de Estância Velha, Diego Francisco, classificou positivamente o encontro técnico. “Teve grande importância, pois serviu para sanar dúvidas e agilizar a tomada de decisões por parte dos municípios. É fundamental especialmente em situações como estas.”

Granpal mobiliza

Já o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, ressalta a necessidade de união dos municípios atingidos.

“Com o término das chuvas e a diminuição dos riscos imediatos, o trabalho em conjunto é fundamental para acelerar o processo de recuperação e garantir que as comunidades voltem à normalidade o mais breve possível”, afirma o dirigente.

A Granpal chama a atenção para a solidariedade da população e de empresas que desejam ajudar nesse momento de crise. Diversos pontos de coleta foram estabelecidos nos municípios afetados, onde a comunidade pode doar alimentos não perecíveis, água, roupas, produtos de higiene pessoal e itens de primeira necessidade. 

Sem ressarcimento

Outro ponto que ficou claro nos encontros é que os prefeitos que já estão investindo em obras não terão esse dinheiro ressarcido. Isso acontece porque de acordo com a legislação brasileira, os repasses federais para tragédias tem a função de complementação.

Como dinheiro pode levar até 15 dias para chegar aos municípios, alguns prefeitos já iniciam obras mais urgentes como reconstrução de pontes ou estradas. esse caso, a Defesa Civil Nacional deixa claro que a melhor forma para conseguir recursos via decreto é fazendo um trabalho emergencial, mas não definitivo. Com isso, o dinheiro poderia ser depositado pois não terá a função de reembolsar gastos municipais.

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